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Mostrando postagens de maio, 2025
  🌿 A Prosperidade Não É Azar ou Sorte: É Reflexo da Energia que Você Cultiva Todos os dias, muitas pessoas me procuram dizendo que suas vidas estão travadas: no amor, nas finanças, nos caminhos que pareciam promissores. O que vejo, quase sempre, não é azar. É energia desorganizada, padrões repetitivos que sugam força vital, hábitos que minam a expansão. A prosperidade — seja ela afetiva, material ou espiritual — não acontece por acaso . Ela é consequência da energia que você alimenta em silêncio , todos os dias, inclusive na dor. ✨ Quando você segue em movimento, mesmo em meio ao caos, ativa engrenagens invisíveis que alinham o universo ao seu favor. ✨ Quando vive pela metade, ansiosa, ausente de si, o que retorna é o reflexo disso: limbo, estagnação, relações mornas, abundância adiada. A sua energia constrói a sua realidade. E tudo ao seu redor responde à vibração que você emite — consciente ou não. 🌌 Onde Está Seu Centro? Quando te escuto, não olho apenas para “o probl...

🍼Entre Fraldas e Silêncios, Eu Virei Irmã Mais Velha

  Versão 4.0 Eu tinha perto de oito anos quando minha irmã nasceu. Até ali, o mundo girava em torno de mim — e que delícia era isso. Tudo meu, tudo feito pra mim. Lembro da emoção no dia em que o bebê chegou. Aquela sensação entre o encantamento e o susto: como seria a vida agora? Um neném tão pequeno, tão frágil — e eu me perguntava, em segredo: como foi que ele entrou na barriga da minha mãe? Foi também naquele ano que descobri duas coisas de uma só vez: que o Papai Noel não existia… e, por dedução própria, que coelhos provavelmente também não entregavam chocolate. A vida começava a mostrar suas dobras. Foi um pouco decepcionante. Quando minha mãe foi para o hospital, quem ficou comigo foi a vizinha, Dona Catarina. Uma mulher generosa, já idosa, com as marcas do sofrimento estampadas no corpo e no silêncio. Foi através dela — e muito tempo depois — que eu entendi o que era um casamento em crise. Mas naquele momento, eu só sabia de uma coisa: o bebê ia nascer. Iam abrir a barriga ...

💡O que você deixou no escuro… ainda vive aí dentro.

Uma tarde no Maracanã, uma senhora, um gesto — e o reencontro com algo esquecido, como os vaga-lumes nas noites da infância.  De metrô, cheguei no bairro do Maracanã. Era começo de tarde, e o ar tinha aquele silêncio abafado que só os dias muito quentes conhecem. Segui pelas calçadas meio tortas, prestando atenção nos nomes das ruas, anotados num papel dobrado com cuidado. Essas visitas surgiam por indicação — mulheres que confiavam em mim antes mesmo de me conhecer, e que passavam meu nome como quem entrega um segredo bom. Eu que, um ano antes, só sabia da existência de escada rolante pelas novelas, agora estava ali, sem pressa, quase sem acreditar. Imagine ver, assim de perto, o Maracanã? Na televisão já parecia imenso, mas diante dele, mesmo por fora, era colossal. Quase impensável. Meu passo desacelerou como quem respeita um monumento. Senti aquele aperto bom no peito — coisa de quem vê algo maior que a própria história e, ainda assim, se sente parte. A casa da senhora ficava...
  Estava na oitava série — esse tempo em que o corpo já pressente que algo vai mudar, mas a alma ainda brinca com a inocência. Sempre me sentava na primeira fileira da última fileira, entre a segunda e a terceira cadeira, bem ali, perto da mesa dos professores. Nem tão perto a ponto de ser notada demais, nem tão ao fundo a ponto de ser esquecida. Um meio-termo seguro, talvez. Naquela fileira, à minha frente, sentava uma menina cujo nome me escapou da memória — como nomes às vezes escapam da vida, mas os rostos, não. Ela era pequena, quase frágil, mas havia uma força silenciosa que a acompanhava. Tinha cabelos longos e enrolados, num tom que me lembro como “loiro ouro envelhecido”. Viera de outro estado, e com ela aprendi uma expressão que até hoje me arranca um sorriso: “cor de burro quando foge”. Assim ela chamava os próprios olhos. Hoje, com a delicadeza da revisão, eu diria que eram cor de mel — e mel raro. Ela foi uma das minhas primeiras referências de autoestima, fora do abri...

💙As Hortênsias Azuis

  Viajamos como quem retorna a um sonho antigo. Era a casa da minha avó. A primeira vez desde que minha mãe havia mudado de estado — com meu pai, comigo ainda bebê nos braços. Eu tinha dois anos quando partimos. Agora, com pouco mais de cinco, retornava não só à casa, mas a alguém de quem eu não tinha um forte registro. E ainda assim, algo em mim já reconhecia tudo aquilo. O corpo pequeno de criança sabia — como quem se lembra por dentro. O quintal era um poema empoeirado de verão. Pequeno parreiral, uvas miúdas de um roxo quase negro, doces como o riso da infância, recém-colhidas, quase derretendo na língua. Tinha também as hortênsias… ah, as hortênsias. Um azul quase impossível, como se fossem feitas da matéria dos sonhos bons. Como se cada florzinha — tão minúscula — fosse uma gota de amor que só as avós sabem cultivar. Ali também morava um sabor que nunca mais encontrei: a geleia de uvas da minha avó. Feita daquelas mesmas uvinhas do quintal, tinha o gosto mais gostoso de ge...

🍀Entre a ponte e o colo: memórias que o vento não levou

  Você disse que não sabe se não… Mas também não tem certeza que sim. Era ouvindo essa dúvida melódica de Djavan que eu atravessava a ponte Rio-Niterói. Cada vez parecia a primeira, com os olhos lavados de maresia e um coração que se abria inteiro diante da cidade que se aproximava como uma promessa. O carro seguia, e eu sentia: tem algo místico entre essas duas margens. Uma espécie de linha tênue entre o que se vive e o que se imagina — como as novelas de Manoel Carlos que embalavam minhas tardes de menina. Eram tantas Helenas que um dia comecei a achar que era uma delas. A Helena que olhava o avião descendo no Santos Dumont com o mesmo encanto de quem acredita em finais felizes. A Helena que passava pelo centro de Niterói, pelas barcas, pelo shopping, com o peito cheio de pequenos enredos. Que atravessava de catamarã com a alma esvoaçante. Que cantava Cassia Eller em silêncio no bairro das Laranjeiras: "Aperto o seu andar, não vejo a hora de te encontrar..." Tudo era p...

💖🎶🎵 Mãe, como é grande o meu Amor por Você!

  Mãe, Não há um único dia em que teu nome não se revele dentro de mim — não no pensamento mecânico, mas naquele canto secreto onde só as coisas eternas sabem morar. Teu nome, mãe, me visita como quem retorna ao lar. E, mesmo quando o mundo me grita pressa, há sempre um intervalo em que eu te escuto em silêncio. Como uma canção que a alma conhece antes de aprender. Tua presença está em mim como semente antiga. Silenciosa, mas viva. Você floresce na forma como encaro a vida — no modo como afasto a poeira dos sentimentos, como ajeito a alma nos dias em que ela não quer caber em mim. Tuas memórias de infância, que guardava com tantos ensinmentos, são meu relicário invisível. Um legado que não pesa, mas sustenta. Força vestida de leveza. Sabedoria bordada em doçura. Você não me ensinou só a manter uma casa em ordem ou reconhecer merecimento nos detalhes. Você me embalou quando o mundo me deixou cair. Acolheu meus silêncios, os rancores que eu nem sabia nomear. Me ensinou que toda do...

💭Figurinhas e Afetos: Recordações de um Tempo que Passou

  Mil e um momentos perdidos na memória... Morávamos numa meia água generosa, ampla, de alvenaria, com paredes recém-pintadas num branco que parecia guardar silêncio. Era chão de cerâmica reluzente — um luxo para uma época que vinha do encerado, do escovão, da enceradeira barulhenta que, graças aos céus, minha mãe já podia aposentar. A cozinha, presente do meu pai no aniversário de casamento, era toda embutida, planejada com esmero, como só se via nas casas das revistas. E o armário... ah, aquele armário entalhado na madeira, com detalhes curvos como as modas dos anos 80 — era nosso orgulho silencioso, uma espécie de símbolo do que era possível conquistar. Para nossa realidade, era um ambiente que brilhava discreto no olhar satisfeito da minha mãe. Eu tinha nove para dez anos. Tempo em que as percepções ainda vinham cruas, mas intensas. O mundo se apresentava cheio de cheiros, sons e texturas. E uma das minhas sensações preferidas era a varanda da nossa casa. Tínhamos quatro cadeir...

📺✨ Uma lembrança curiosa

  A Frequência do Sigilo Era o final dos anos 80, e a televisão ainda parecia um mistério cheio de possibilidades. Aquela tela meio fosca, com imagens dançando entre chuviscos, era quase um portal mágico. O controle remoto, pesado e estranho, parecia mais um brinquedo de outro planeta do que um acessório comum de casa. E eu, com uns oito anos e uma curiosidade sem fim, adorava mexer naqueles botões como se estivesse pilotando uma nave intergaláctica. Não tinha muita coisa pra ver na TV naquela época, ainda mais com os sinais ruins. Entre a TVS (que depois virou SBT) e a Globo, o que mais aparecia era aquele monte de pontinhos pretos e brancos — o famoso "chuvisco" — e um som de estática que dava até arrepio. Mas havia algo encantador naquela bagunça toda. Era como se cada chiado escondesse um segredo. Foi numa dessas tardes, com o céu meio nublado, que aconteceu. Eu estava no chão da sala, mexendo no controle remoto, pulando de canal em canal, quando... algo diferente surg...

💄 O Lenço e a Epifania

  Quando uma dor atravessa a varanda e se transforma em chamado — lembranças de um encontro que revelou meu lugar no mundo. Certo dia, naquele tipo de horário de cidade pequena — o finalzinho da manhã em que o sol já avisa que é quase hora do almoço —, eu devia ter uns treze anos e estava ajudando minha mãe na cozinha. Em casas como a nossa, o almoço não era regra, era ritual. Meu pai era pontualíssimo, e tudo precisava estar impecável — não por imposição, mas por zelo, por aquele carinho que se revela no cuidado das pequenas coisas. Foi então que alguém bateu palmas no portão. Minha mãe, que não gostava muito de visitas inesperadas — uma pisciana com ascendente em áries, se isso já não diz tudo — me pediu que fosse ver quem era. Lá fora, uma mulher magra, com os olhos vermelhos de tanto chorar. O que mais me chamou atenção foi o lenço: um tecido grande, com estampa colorida em tons de azul, enrolado no cabelo preso em um rabo de cavalo médio. Não era florido, o que já era algo...

🌊 A Vela no Rio

  A infância, a obediência, o invisível — e o dia em que o sagrado se revelou na correnteza de um rio. Eu tinha cinco para seis anos. Era uma daquelas manhãs de sol largo, onde o tempo se derrama sem pressa, como se o mundo ainda estivesse aprendendo a se mover. Meus pais, tios, amigos — todo mundo foi fazer churrasco na beira de um rio. Mas não era um rio qualquer. Era um rio imenso. Tão largo que criança nenhuma poderia atravessar nem com imaginação. E naquele dia, logo cedo, chegamos com os carros cheios de farofa, isopor, cadeiras de nylon e vozes altas. A manhã era de brincar. Eu me lembro da areia, quente sob os pés, e da água, que vinha e voltava num compasso de canto antigo. Minha mãe me vigiava, como toda mãe vigiava seus filhos na beira da água: com o corpo distraído e a alma em pé. Ela me chamava, e eu olhava. Ela dizia: "não sai daí", e eu obedecia. Porque criança entende cedo quando a obediência é também amor. E assim foi. Veio, então, uma menininha. M...

🎁 A Cestinha e a Palavra

Quando o presente atrasa... Na época do lançamento do primeiro CD da Ivete Sangalo — um sucesso, diga-se — o ano já parecia estar no fim. Era aquele período em que o ar tem gosto de encerramento, e a escola se enche de ideias como amigo secreto. Foi uma professora quem sugeriu. No sorteio, acabei tirando ela mesma: uma mulher branca, com o cabelo cheio de luzes bem ao estilo da época, batom rosa-choque sempre impecável, dessas que falavam com certo orgulho do marido empresário e de uma filha de cinco anos. Tinha algo nela de brilho e controle — alguém que parecia sempre esperar o melhor do mundo. E, talvez, que o mundo esperasse o mesmo dela. Lembrei, então, de uma cesta que minha mãe tinha ganhado: daquelas cheias de frutas decorativas que enfeitavam as cozinhas dos anos 90 — lembranças de um tempo em que o toque artesanal ainda tinha lugar de honra na cozinha americana, assim como o pinguim em cima da geladeira. Mas aquela cesta não era qualquer uma. As frutas pareciam feitas d...

Adoçar a Vida de Alguém

Memórias de Uma Mulher Inesquecível Dizem que sogra não vira ex. Talvez porque mãe, mesmo que emprestada, deixa raízes onde planta amor — mesmo disfarçado de rispidez ou silêncio. E ela era isso: uma mulher antes de qualquer rótulo. Antes de sogra, ela era mãe. Antes de ser mãe, era filha. E antes de ser filha, era só ela — falastrona e vaidosa, intensa como samba de raiz, com um riso fácil e uma alma que gargalhava como quem se vinga da vida. Tinha olhos atentos, de quem vê antes. Uma mulher sagaz, rápida, inteligente. Não era qualquer uma. Não se confundia com miudezas — mas nelas morava a sua essência. Sua força não vinha da dureza, mas do que teve que engolir em silêncio para continuar. Eu, com avançados 22 anos e ilusões demais para quem sabia de menos, achava que entendia o mundo. Ela já tinha vivido três ou quatro. Quando cheguei na vida dela, ela era muralha. Daquelas que não deixam passar nem vento. Mas com o tempo, percebi: por trás daquele concreto, morava uma mulher que, em...